Wednesday, May 22, 2013
Capítulo 1
– Definitivamente, Verona é linda, nunca imaginei que um lugar assim fosse capaz de me encantar! – Suspirei, perdida em pensamentos, sentada na varanda do jardim agarrada a minha tão amada guitarra, um maravilhosa Fender Estratocaster vermelha.
Falei “encantar”? Espera! Estou começando a falar como a Giovanna, saco! Isso é o que dá ficar tempo demais perto daquela fofolete. Não consegui conter o riso lembrando da cara da minha prima quando comecei a lhe chamar de fofolete.
Meu momento de quase alegria foi interrompido pelo barulho de passos firmes e largos em direção a minha digna pessoa. Virei-me e pude ver a imagem de meu inimigo, meu perseguidor e desafeto. O cara mais imbecil da face da Terra vindo em minha direção com um balde de água em suas mãos. Que estranho.
Por um segundo pensei em como poderia descrever aquela criatura sem usar palavras de baixo calão, deixe-me tentar...
Alto, alguns músculos, cabelos em um tom escuro, tão bagunçados quanto o cabelo de alguém que acabou de levar um choque elétrico, olhos pretos, sorriso sacana, e uma cara de panaca convencido. Sim, esse é Andrew McChurdy em pessoa. Gostou? Fica pra você, esse tipinho é chave de cadeia.
Ele é o sujeitinho mais retardado e medíocre que eu já tive o desprazer de conhecer.
– Isabella Courtney, sua pirralha mimada, você não sabe com quem se meteu. Só porque você é filha do Joe, eu não vou permitir que você apronte por aí com todo mundo, se é guerra que você quer, é guerra que você vai ter! – Andrew falou furioso, me fitando como se fosse me estrangular. Ui! Até parece que tenho medo.
– Ah, ah, ah! Que foi Drewzinho? Tá com raivinha, é? – Enfatizei bem no Drewzinho, pois eu sei que ele odeia. – Você é grande, mas não é dois, eu encaro!
– Encara isso!
Ele jogou toda a água que havia no balde na minha cara, senti a água entrando pela minha boca, pelo meu nariz e engasguei sem poder revidar. Estava encharcada, a água escorria pelos meus longos cabelos castanhos bagunçados e minha blusa preta do Bon Jovi estava colada a minha pele alva. Queria usar toda a minha força para estraçalhar Andrew McChurdy, ou melhor, o Drewzinho filho da p…
Onde está ele? Eu vou matar, juro! Onde está aquele infeliz? Hoje vai ter carnificina. Minha respiração estava acelerada, meu corpo tremia e eu sabia que iria explodir em pura raiva destinada somente àquele imbecil. Não o vi em lugar algum, ele deve ter ido embora, enquanto eu tentava parar de engasgar.
Não, não posso ser burra agora, não depois de tudo que eu fiz. Eu preciso pensar com cautela, preciso colocar as idéias no lugar, pois se a guerra entre mim e os McChurdy está declarada eu preciso de boas estratégias e muita perspicácia.
Tudo bem, sei que você não está entendendo nada e se se perguntando de onde veio todo esse ódio entre mim e a família McChurdy. Bem, essa é uma longa história. Então, relaxa e vamos voltar um pouquinho no tempo, acho que duas semanas atrás está bom...
Duas semanas atrás, Bradford.
Subi as escadas que levam ao meu quarto eufórica jogando minha mochila velha para um canto qualquer do meu quarto, mal consigo acreditar que as aulas finalmente acabaram e por um milagre, saí do ensino médio. O ensino médio foi um inferno, porque pra mim…
Ensino médio = Detenção
Entenderam?
Passei quase todo ano vegetando na detenção, e juro que se meu pai, Joe, não fosse um bem sucedido médico, dono de uma clínica respeitadíssima em West Yorkshire, eu já teria sido expulsa do colégio simplório de Bradford.
Eu não acho que mereci ir para a detenção tantas vezes. Ok, talvez uma ou duas vezes. Eu não sou uma garota comum. Na verdade, a palavra comum para mim é um insulto.
Eu acho que o fato de eu falar o que eu penso foi a causa de eu ir para a detenção a maior parte das vezes, é que, simplesmente, não suporto perguntas idiotas, ou não consigo conter minha personalidade… hum, forte. É, acho que posso definir assim.
Quer um exemplo?
Eu tinha certeza que estava em sala de aula, ouvi meu nome ser chamado várias vezes, mas não tinha a menor vontade de olhar pra cima, afinal, eu estava em um cochilo tão gostoso com minha cara enfiado em um livro. Acho que eu ouvi o diretor McLean reclamar que estava dando um aviso importante.
– Srta. Courtney está dormindo? – Gritou o homem chato.
– Não, estou treinando pra morrer!
– Já para a detenção, Srta. Courtney. – Disse ele, furioso.
– Merda, McLean! Justo agora? – Resmunguei e ele me fitou incrédulo, já ficando vermelho.
Exemplo 2...
Estava na fila do almoço, pronta para passar pra dentro mais uma gororoba gordurosa qualquer. Estava entediada, daria qualquer coisa por uma cerveja naquele momento, só para relaxar, vocês sabem.
Atrás de mim estava Mike Newton, o típico colegial sem cérebro que só quer saber de conquistar menininhas fúteis e sem amor próprio que precisam de alguém como ele para se sentirem completas acreditando na tolice de amor adolescente. Saco!
– Continua andando, Courtney, eu quero sair dessa fila hoje. – Ele falou impaciente.
– Não estou com pressa. – Respondi indiferente.
– Cara, essa sua calça xadrez é assustadora. – Mike riu baixinho – Mas, eu acho que o corpinho dentro dela talvez dê para aproveitar. – Sussurrou ele ao pé do meu ouvido roçando a mão na minha bunda.
De supetão, me virei, encarei aquele sorrisinho prepotente e não pensei duas vezes: cerrei o punho e com toda a força do meu braço soquei aquela carinha de ninfomaníaco. Quando percebi, Mike já estava cambaleando com o nariz sangrando.
Rapidamente, peguei o prato de uma menina qualquer que estava próximo a mim e joguei em direção a Mike. Infelizmente, o pedaço de pizza que estava no prato voou em direção a Bridgit, uma fútil líder de torcida que ficou horrorizada ao ver sua camisa branca manchada com molho de tomate e queijo. Mesmo conhecendo ela pouco, eu sabia que ela iria revidar, e foi justamente o que ela fez. Pegou um pedaço de bolo de chocolate de um rapaz sentado à mesa próximo a nós e veio em minha direção. Felizmente, ela escorregou no resto de pizza no chão e o bolo voou atingindo uma loira da equipe de natação que simplesmente odeia as líderes de torcida. Juro que não sei como, mas em questão de segundos, pedaços de comida voavam por todo o lado no refeitório, algum palhaço gritou:
– BRIGA!
Cerca de 10 minutos depois, o diretor McLean já havia contido o alvoroço, o refeitório estava uma imundice, comida para todo o lado e por um milagre, eu fui a única que estava intacta já que eu me escondi debaixo da mesa. Achou o que? Eu não sou nem besta.
– Quem é o culpado por essa desordem? – Altivo, perguntou o diretor.
Ok, eu sou uma besta. Saí do meu esconderijo justamente nessa hora. Umas 10 pessoas apontaram para mim ao mesmo tempo, que sacanagem!
– Srta. Courtney! Detenção! – Gritou ele com uma veia nítida pulsando em sua fronte.
– Merda! – Resmunguei.
É, chega de exemplos! Acho que vocês já entenderam como minha vida estudantil foi um fiasco. Voltando ao meu quarto, meu refúgio e meu santuário, alguém bate a porta. Saco!
– Bella, preciso falar com você. – Foi agradável ouvir a voz do meu pai, mas algo no tom que usou quando proferiu as palavras “preciso falar com você”, me fez sentir que algo estava para acontecer, algo nada bom.
Abri a porta do quarto me rendendo à vontade do meu amado pai. Joe não é o tipo de pai convencional, a menos que seu pai pareça um modelo da Calvin Klein.
Joe conheceu minha mãe Marie quando tinha apenas 16 anos. Ela era mais velha do que ele. Já havia gerado minha irmã Hanna, mas isso não evitou que eles se apaixonassem perdidamente e eu sou fruto dessa paixão, digna de uma obra literária.
– Pode falar, Joe. – Eu não chamava ele de pai desde os 12 anos, era estranho os olhares em minha volta quando o chamava de pai em público. De qualquer forma, eu também me sentia muito infantil chamando-o de papai.
– Pode falar, PAI. – Ele tentou me corrigir deixando transparecer em sua expressão facial o seu desagrado pelo fato de não lhe chamar de pai, mas tudo bem, eu já estava acostumada, ele sempre reagia assim.
– Então, o que é importante?
– Quero que desça para jantar hoje decentemente. Por favor, não se vista como um garoto de 15 anos. Meus convidados são importantes.
Joe, Rose e minha prima fofolete Giovanna, sempre me enchiam o saco criticando o meu visual descontraído, original e que se falasse provavelmente gritaria “Rock n´Roll”.
Eu não me importo nem um pouco em vestir jeans largos, tênis, camisetas largas e muitas vezes, boné. Me sinto à vontade com essas roupas e não fazia o menor sentido bancar a Barbie consumista para agradar aos demais.
Sempre que Giovanna me dava um vestido, eu jogava no fundo do closet sem nem mesmo olhar o presente. Pois tudo que passava em minha mente era a necessidade ridícula que as mulheres sentem de se produzirem para chamar atenção dos machos da espécie. Pra mim, parece um costume bárbaro de uma sociedade machista tentando induzir as mulheres a serem apenas objetos de desejo medíocre de rapazes ignorantes. Eu sei, isso tudo soa feminista, talvez eu seja, não parei para pensar nisso ainda.
– Eu vou recusar seu convite. – Eu realmente não estava interessada em jantar com os amigos da alta sociedade de Joe.
– Isso não é um convite mocinha, é uma ordem. – Joe cruzou os braços contra seu peito. Odiava quando ele fazia aquilo, significava que ele não iria ceder.
– A sua namoradinha vai estar nesse jantar?
– Você sabe muito bem que Lauren virá.
Uma das coisas que realmente me tiram do sério é esse namoro de Joe com Lauren McChurdy. Não sei o que ele viu nessa mulher, ela é tão simples, meu pai merecia algo melhor. Sempre que eu via Joe e Lauren, eu sentia uma ponta de dor que não conseguia saber de onde vinha. As lembranças de minha mãe Marie sempre se misturavam em minha mente, algumas poucas memórias dos dois juntos, agarradinhos como um casal feliz antes da leucemia sugar toda a vida do corpo da minha mãe. Mesmo já tendo passado 7 anos desde sua morte, eu não havia superado por completo essa grande perda. Minha maior perda… Acho que parte de mim morreu com minha mãe e a parte que ficou se tornou essa Isabella que todos julgam problemática.
Antes de Lauren aparecer na vida de Joe eu o sentia próximo de mim, ele era meu amigo, meu pai, meu confidente, meu porto seguro. Agora com essa McChurdy na vida dele eu sentia que estava sendo colocada em segundo plano, um segundo lugar que é impossível de aceitar. Eu não sei o que Lauren fez com a cabeça do meu pai, mas agora ele agia de forma rígida comigo, me colocando limites desnecessários.
– Eu não vou jantar com essa mulher e seus convidados nem morta!
(Continua...) x
Prólogo
Não é fácil ter 17 anos, principalmente quando você não se encaixa em lugar algum, quando não sabe se ainda é uma menina ou se já é uma mulher.
Minha mãe, Marie, em seus últimos dias de vida, lutando contra a leucemia, sempre dizia: para todo problema existe uma solução. Lógico que eu me perguntava: como ela pode dizer isso se está morrendo? Talvez eu nunca descubra o real significado dessa frase.
Eu tinha apenas 13 anos quando ela foi vencida pela doença e morreu. As conseqüências foram previsíveis para os outros, mas não para mim. Ainda me lembro das pessoas dizendo para meu pai: é só uma fase rebelde, logo ela voltará ao normal. O que posso dizer? Eles estavam absolutamente errados.
Não gosto de ser melodramática, não gosto de parecer fraca e, principalmente, não gosto do título de “garota problema”, pois não me julgo problemática, apenas mal compreendida. Eu sei, eu sei, todos os rebeldes sem causa falam isso, só que no meu caso é verdade! Posso até não gostar de tudo isso, mas no final das contas... Não dou a mínima para minha má reputação.
Hoje, só me importo com três coisas: minha moto, minha guitarra e meu pai.
Eu tinha apenas 13 anos quando ela foi vencida pela doença e morreu. As conseqüências foram previsíveis para os outros, mas não para mim. Ainda me lembro das pessoas dizendo para meu pai: é só uma fase rebelde, logo ela voltará ao normal. O que posso dizer? Eles estavam absolutamente errados.
Não gosto de ser melodramática, não gosto de parecer fraca e, principalmente, não gosto do título de “garota problema”, pois não me julgo problemática, apenas mal compreendida. Eu sei, eu sei, todos os rebeldes sem causa falam isso, só que no meu caso é verdade! Posso até não gostar de tudo isso, mas no final das contas... Não dou a mínima para minha má reputação.
Hoje, só me importo com três coisas: minha moto, minha guitarra e meu pai.
Oi, você não precisa entender.
Antes de tudo, já quero deixar claro que isso aqui não foi criado por mim. Essa fic, essa url, esse título. Nada foi inventado por mim. A autora original? A Lunah. A fic dela é ótima, se quiser ler clica aqui<. A autora que tornou minha vida melhor, a crazy girl 4eva da Jehh? Hahaha, ela foi a Paah. Claro... Não faço ideia se alguém conhecia ela ou a porra toda, só sei que... O quanto aquela história, melhorou, mudou, fez a minha vida é inexplicável! Eu memorizei cada detalhe, eu vou levar cada personagem comigo pra sempre, pro resto da minha vida. É simplesmente indescritível o que eu sentia quando lia My Hero...
Talvez as pessoas nunca compreendam o significado dela pra mim, na verdade, nem eu entendo direito. Nem eu sei o que me fez ficar apaixonada por uma única história entre dezenas que eu lia, eu só... Amei demais ela para deixa-lá num canto esquecido das minhas memórias. E então eu resolvi repostar tudo isso. Só que dessa vez, fazendo o certo de uma forma errônea. Créditos à Lunah, que mesmo sem saber, tornou minha vida muito melhor.
Só antes de terminar esse post, posso te fazer um pedido? Tenha a mente aberta. Mente aberta pra entender o que rola na fic, pra entender que isso não é uma cópia sem direitos autorais e mente aberta pra conseguir captar a magia. Só isso. E eu acho que era apenas isso que eu precisava falar, e se você tiver algo contra, cale-se para sempre :)
Boa leitura, e eu espero que essa fanfic te marque tanto quanto marcou pra mim. Obrigada.
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